quinta-feira, julho 11, 2013

Primavera

Eu acho que no fundo, no fundo, de uma forma ou de outra, todo mundo quer ter seu universo mexido, remexido, revirado por uma grande paixão. Ninguém gosta de solidão, ninguém nasceu para ficar sozinho. A gente pode até gostar da liberdade de horários, da ausência de satisfações ou cobranças de fidelidade, presença. Mas de solidão? Quem gosta de solidão? Ninguém gosta. Mesmo em uma fase da vida em que se brade aos quatro ventos que as prioridades são outras... quem é que consegue viver sem amor? Quem é que não anseia por aquela companhia fantástica? Aquele ombro, aquele colo, aquele beijo que enfeitiça e amolece?

Já já chega a primavera, a estação das flores. Há sempre tanta poesia nela. Aqui na minha cidade fica tudo tão bonito, porque nessa época do ano chove irregularmente e a umidade do ar fica uma delícia para admirar o florecer. Às vezes eu acho é perfeita essa metáfora do clima daqui... e vejo que, em alguns momentos, somos como essa primavera, que é linda, mas numa umidade que nem sempre é favorável pela ausência... essa primavera, que é repleta de possibilidades, só que todas, TODAS, anseiam pela chuva... chuva que virá quando Deus dará, só que ainda não.

Por que eu gosto dessa metáfora?

É que a gente nessa cultura de quero-tudo-e-agora não consegue lidar muito bem com o "ainda não". E ATROPELA os começos, engole quaisquer processos. Depois não entende como foi que afogou uma flor porque colocou nela impaciência demais...

O amor vem sempre no tempo dele e entre-meado por meios tempos. Sim, meios-tempos. Aqueles... indispensáveis para irmos construindo a auto-estima e a liberdade necessárias para fazermos as escolhas capazes de nos trazer felicidade. Aqueles, que nos preparam, que nos concedem serenidade. Aqueles que respeitam o momento da coisa.... de SER.

É que às vezes não se trata da meta final, mas do trilhar do caminho mesmo. Não da sedução pelo resultado, mas do encantamento, da leveza, da delícia de todo o percurso.

Sabe, nunca acreditei em coincidências, acidentes. Em destino muito menos. Acho que a gente faz a nossa própria sorte. Mas é que às vezes a sorte também tem o tempo dela. E a gente precisa entender. Cada coisa tem seu tempo. Como a chuva, na primavera, tem.

Por todas as possibilidades que ainda virão, por todos os recomeços, uma prece, um desejo, uma flor... Que a gente acalme nosso coração. E que ele floresça.
Amém.

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